Introdução: O câncer de mama é afecção de grande relevância para a saúde pública, sendo
que seu tratamento cirúrgico e a reconstrução mamária evoluíram bastante ao
longo do tempo. A utilização do retalho miocutâneo do grande dorsal (RMGD)
com implante mamário de silicone apresenta-se como um verdadeiro cavalo de
batalha ao cirurgião plástico em função de sua confiabilidade anatômica e
segurança. Realizar esta cirurgia em decúbito único lateral torna o
procedimento mais breve e mantém os resultados da técnica convencional. O
objetivo do estudo é apresentar a sistematização desta cirurgia em uma série
de casos.
Método: Estudo retrospectivo realizado por análise de prontuários e documentação
fotográfica de 29 pacientes operadas pelo autor e submetidas à reconstrução
mamária com RMGD e implante de silicone em decúbito único lateral.
Resultados: Houve um caso de extrusão do implante de silicone por seroma e infecção no
sítio receptor (3,5%). Uma paciente cursou com seroma no dorso (3,5%). Um
caso de necrose parcial da ilha de pele do retalho (3,5%) e dois casos de
sofrimento do envelope cutâneo da mastectomia (7,0%). Uma paciente
necessitou retirada do implante de silicone por extensa recidiva local
(3,5%). Um caso de contratura capsular Baker III após radioterapia adjuvante
(3,5%). Quatro pacientes tiveram suas cicatrizes revisadas (14%). Três
pacientes tiveram limitação de movimentos (10,5%). Os resultados
mostraram-se compatíveis com os apresentados para a técnica convencional na
literatura vigente.
Conclusão: A sistematização desta técnica dispensa mudança de decúbito e torna o
procedimento mais breve, mantendo sua segurança e confiabilidade.