http://dx.doi.org/10.5935/1676-2444.20180060
Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial 393 - 400
 

Detecção de infecções sexualmente transmissíveis em uma unidade ginecológica brasileira: alta prevalência de coinfecções

Detection of sexually transmitted infections at a Brazilian gynecology center: high prevalence of co-infections

Alan Messala A. Britto1; Cíntia Policarpo1; Paula Pezzuto1; Angela Rosa I. Meirelles1; Yara Lúcia Furtado1; Gutemberg Almeida1; Gisele de Oliveira2; Elisama D. Pontes1; Fernanda Roberta S. Lima1; Marcelo A. Soares2; Renato S. Aguiar1; Amilcar Tanuri1; Ana Lúcia Giannini1; Elizabeth S. Machado1,3

Resumo

INTRODUÇÃO: As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) ainda são um importante problema de saúde pública, e a vigilância é essencial para sua prevenção e seu controle.
OBJETIVO: Avaliar a prevalência das ISTs em uma unidade de referência ginecológica no Rio de Janeiro, Brasil.
MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal realizado entre agosto de 2016 e junho de 2017. Foram coletados sangue total e células cervicais de 62 mulheres e realizados testes para detecção de papiloma vírus humano (HPV), vírus da imunodeficiência humana (HIV), sífilis, clamídia, gonorreia e vírus do herpes simples 1 e 2 (HSV-1/2). As lesões cervicais foram diagnosticadas por citopatologia, e em algumas pacientes, por colposcopia (79%). Outras ISTs foram avaliadas durante o exame clínico.
RESULTADOS: Foram encontradas lesões cervicais pelo exame citopatológico em 46,8% das pacientes; aquelas com história de quatro parceiros sexuais tiveram mais risco de desenvolvê-las. Houve concordância moderada entre os resultados da citopatologia e colposcopia (Kappa = 0,69). A prevalência de HSV (96,7%), sífilis (6,4%) e HIV (3,2%) foi maior que a descrita na literatura, enquanto a prevalência de clamídia (6,4%) e gonorreia (1,6%) foi similar. O HPV foi detectado em 53,2% das mulheres, sendo 32,3% delas infectadas pelo HPV 16. No contexto das coinfecções, 38 mulheres (61,3%) tinham mais de uma IST.
CONCLUSÃO: Visto que a maioria das mulheres analisadas era acometida por mais de uma IST, nossos resultados sugerem que uma triagem rotineira dessas infecções nas unidades de saúde poderia auxiliar na detecção precoce, bem como no tratamento e na prevenção. Essas medidas também impactariam no controle do câncer cervical das pacientes.

 

 

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